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Com muita empolgação, 21 mulheres do Movimento das Marisqueiras de Sergipe (MMS) se reuniram no dia 8 de agosto, na Universidade Federal de Sergipe (UFS), para a primeira reunião de avaliação e formação política depois de ter todas as coordenadoras locais eleitas.
A atividade começou por uma mística conduzida por Nice. “A mística hoje é sobre o nosso trabalho”, disse. Dali em diante as marisqueiras passaram o dia inteiro partilhando as dores e as delícias da vida e do mangue. Na parte da manhã, elas bateram um papo sobre os desafios, as responsabilidades e as perspectivas do Movimento, tudo isso regado a palavras de ordem e com a força dos seus hinos de luta.
“Tão cansadas?
Não!
Da luta do povo?
Ninguém se cansa!”
Também foi o momento de revisar os documentos norteadores do MMS. O primeiro é o Pacto de Lutas, construído em 2013 durante o 1º Encontro Inter-Regional das Marisqueiras realizado pelo PEAC, que pactua as bandeiras de luta e a criação do Movimento. Já a Carta Proposta, elaborada no 2º Encontro, em 2015, propõe a estruturação do MMS a partir das eleições das coordenações; da articulação com outros movimentos sociais; e da mobilização, que inclui a divulgação do Movimento e sua participação em atos políticos.
A revisão serviu de base para o momento seguinte: divisão de grupos seguida de discussão coletiva sobre a postura esperada das coordenadoras para construir a luta social e alcançar os objetivos do MMS. Foram bastante discutidos princípios como ética, conhecimento sobre a comunidade que representa, preferência pela coletividade ao invés de interesses individuais, repasse de informações às bases comunitárias, entre outros.
Já na parte da tarde, as mobilizações e eleições das coordenações locais foram retomadas em fotos e avaliadas pelo grupo em roda de conversa. “Eu gostei de fazer parte das mobilizações. Conheci marisqueiras que têm os mesmos problemas que a gente”, manifestou Neide, representante do povoado Apicum, em São Cristóvão.
Repasses
As marisqueiras também colocaram em pauta a coleta de assinaturas para a Campanha Nacional pela Regularização do Território das Comunidades Tradicionais Pesqueiras.
A partir dos repasses feitos por Arlene e Gilsa sobre as discussões que elas participaram durante o Seminário realizado pelo Movimento de Pescadores e Pescadoras Artesanais (MPP), nos dias 10 e 11 de junho em Brasília, foi formada uma Comissão composta por quatro marisqueiras para levar a campanha aos presidentes de Colônias de Pescadores do estado.
O Programa de Educação Ambiental com Comunidades Costeiras (PEAC) incentiva o fortalecimento dos Territórios de vida dos Povos e Comunidades Tradicionais. A realização do PEAC é uma exigência do licenciamento ambiental federal, conduzido pelo Ibama.