Carregando...
Momento de homenagens a Dona Dijé, conduzido pela conselheira Patrícia de Jesus
Homenagear e agradecer as guerreiras e guerreiros dos povos e comunidades tradicionais são atos coletivos plenos, pois se reconhecem em nossas antepassadas e antepassados a força para continuar a labuta diária e a certeza de que a trajetória da luta continua. Foi assim, com homenagens a Dona Dijé, que a terceira reunião ordinária da 5ª Gestão do Conselho Gestor do Programa de Educação Ambiental com Comunidades Costeiras (PEAC) teve início, na última sexta-feira, dia 14 de setembro. O encontro aconteceu nos dias 14 e dia 15, em Aracaju.
Maria de Jesus Ferreira Bringelo – a Dona Dijé – era uma liderança quilombola do Maranhão, referência para os povos e comunidades tradicionais de todo o Brasil. Uma das fundadoras do Movimento Interestadual de Quebradeiras de Babaçu, ela teve uma vida dedicada à luta quilombola e da preservação da mata, dos igarapés e dos rios.
Após as homenagens, o Conselho Gestor iniciou os trabalhos com uma conversa por meio de videoconferência com a representante do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), Cecília Barbosa, no qual foram abordados temas relacionados o funcionamento e a composição do Conselho.
A representante do IBAMA, Cecília Barbosa, participou da reunião por meio de videoconferência
De acordo com Cecília, a ideia é que as comunidades e os povos tradicionais se apropriem e se envolvam mais nas atividades do PEAC. “É necessário que as comunidades estejam representadas, mesmo que em alguns casos os conselheiros não estejam presentes. Se alguma comunitária ou comunitário tiver a oportunidade e interesse, ele deve sim participar das reuniões do Conselho”, alega.
Em seguida, a conversa teve como ponto principal a discussão sobre as próximas Feiras Culturais, que são realizadas pelo Conselho Gestor. Na ocasião, os representantes opinaram e deram sugestões de como as próximas feiras podem potencializar ainda mais as comunidades e povos tradicionais. conselheira Patrícia de Jesus acrescentou com propostas que valorizam as vozes das pessoas que vivem nas comunidades e que constroem as feiras. “Precisamos divulgar mais quem participa das feiras, que são as marisqueiras, os quilombolas, os pescadores, as mangabeiras e outros povos. Além disso, é necessário divulgar as pautas dessas pessoas e movimentos e destacar seus trabalhos”, argumenta Patrícia, que também é Catadora de Mangaba, de Barra dos Coqueiros.
No segundo dia de reunião as discussões foram relacionadas às compensações
Outra sugestão veio da Conselheira de São Cristóvão, Luana Santos. “Podemos fazer um desfile da beleza negra que reforce o que é feito nas comunidades, como o artesanato, as biojoias, as bolsas, entre outros elementos”, destaca. A próxima Feira está prevista para novembro, com o tema ‘Novembro Negro’.
Já no sábado, dia 15, os participantes focalizaram na discussão sobre as situações das compensações exigidas pelo licenciamento ambiental das comunidades costeiras.
O Programa de Educação Ambiental com Comunidades Costeiras (PEAC) incentiva o fortalecimento dos Territórios de vida dos Povos e Comunidades Tradicionais. A realização do PEAC é uma exigência do licenciamento ambiental federal, conduzido pelo Ibama.