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Durante o mês de maio, o PEAC deu o primeiro passo na construção de uma agenda de atividades destinadas à formação interna de suas equipes. Os encontros, realizados pelo Observatório Popular das Violências pela Vida das Mulheres de Povos e Comunidades Tradicionais de Sergipe, ligado ao Projeto de Fortalecimento Sociopolítico das Mulheres Marisqueiras, promoveram discussões de raça, gênero e classe partindo do contexto territorial das mulheres do campo e das águas, além dos efeitos psicossociais do Racismo.
No último dia 23 de maio, a Turismóloga e Ativista do Movimento Negro Judy Ben conduziu a formação de letramento racial intitulada "Análise do Racismo e Práticas Antirracistas no Ambiente de Trabalho", e ressaltou a importância de discutir esses temas em espaços formativos como o proporcionado pelo PEAC: "Precisamos combater o racismo, e para que isso aconteça, faz-se necessário a conscientização, desconstrução e construção de uma nova forma de olhar o mito da democracia racial. Desse modo, há possibilidades de se pensar em uma educação libertadora na perspectiva de práticas antirracistas", afirmou. No âmbito do PEAC, Judy Ben desenvolve ações de assessoria ao Movimento das Marisqueiras de Sergipe (MMS), trazendo uma perspectiva única e essencial ao debate.
Para as mulheres pescadoras e marisqueiras, discutir o racismo e conhecer as práticas antirracistas é essencial para garantir que seus direitos sejam respeitados e que suas vozes sejam ouvidas, pois essas iniciativas podem ajudá-las a reivindicar melhores condições de trabalho, acesso a políticas públicas e reconhecimento social. Judy destaca que a abordagem desse tema é uma demanda antiga do MMS e vem sendo inserido na agenda do movimento há algum tempo. Além disso, ela considera que a iniciativa de promover essa discussão internamente, para os membros da Equipe Técnica do PEAC, contribui para a harmonia do trabalho de campo junto às comunidades tradicionais.
Durante o debate conduzido ao lado de sua filha, que a todo tempo olhava para sua mãe com olhos cheios de inspiração, a palestrante destacou ainda a importância de empoderar essas mulheres através da educação e da sensibilização racial. Para ela, as instituições devem tornar ações formativas como esta mais frequentes: “Através de, por exemplo, campanhas, materiais ilustrativos, cartilhas e, sobretudo, pelo comprometimento na diversidade do quadro de colaboradores ocupando cargos de poder. Essas são medidas efetivas da luta antirracista nos espaços de trabalho", explicou.
Este ciclo de debates marca o início de uma série de iniciativas do PEAC voltadas para a promoção da justiça e equidade racial, além de outros temas, demonstrando a determinação do Programa em criar um ambiente de trabalho mais inclusivo e consciente. Afinal, o compromisso com o enfrentamento ao racismo é de todos nós.
O Programa de Educação Ambiental com Comunidades Costeiras (PEAC) incentiva o fortalecimento dos Territórios de vida dos Povos e Comunidades Tradicionais. A realização do PEAC é uma exigência do licenciamento ambiental federal, conduzido pelo Ibama.