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As equipes que desenvolvem os projetos de mitigação do PEAC, vinculadas ao Departamento de Serviço Social da Universidade Federal de Sergipe – UFS estiveram reunidas de 4 a 7 de agosto, na comunidade de Tigre, em Pacatuba/SE, para a Oficina de Capacitação e Planejamento anual, juntamente com a equipe técnica da Petrobras responsável pelo programa. O alinhamento das palestras aos objetivos do programa e a integração das equipes durante as atividades foram os destaques do evento.
Equipes Técnicas da Petrobras e UFS
A programação teve início com a palestra do professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Roberto Leher, que tratou sobre a importância da análise histórica das correlações de força e estratégias geopolíticas em uma sociedade, articulando a importância do tema com o direcionamento do trabalho de intervenção do PEAC. Conceitos como expropriação e exploração do trabalho foram discutidos tendo como horizonte as grandes transformações que ocorrem no cenário global e local.
Roberto Leher em palestra para as equipes do PEAC
Segundo ele, a organização teórica é uma importante condição para as ações da educação ambiental crítica. “A educação ambiental historicamente no Brasil foi muito tecnicisada e destoou da análise da questão socioambiental e do próprio modo de produção capitalista, que é, em última instância, o problema que estamos discutindo. Estamos entrando em uma quadra histórica no Brasil, complexa e que vai exigir muita disciplina teórica e organizativa. Creio que o curso é um elemento a mais que nos ajuda a alcançar este objetivo, de avançar teoricamente em termos organizativos”, enfatizou o professor.
De acordo com Leher “A educação ambiental historicamente no Brasil foi muito tecnicisada e destoou da análise da questão socioambiental”
No segundo dia de atividades, o tema da educação popular foi abordado pela professora colaboradora da UFS, Rita Fagundes, que falou sobre as suas experiências com comunidades pesqueiras, além de traçar um paralelo histórico sobre a educação popular no Brasil e a importância de Paulo Freire para a difusão dessa metodologia.
Rita Fagundes em explanação sobre Educação Popular
Os dias 6 e 7 foram voltados para o alinhamento conceitual sobre o processo do licenciamento ambiental, o PEAC e a educação ambiental. Temáticas que foram desenvolvidas pela coordenação dos projetos pela UFS e pelo professor da UFRJ, Frederico Loureiro. Por fim, as equipes se reuniram para projetar as atividades referentes ao período de agosto de 2014 a fevereiro de 2015.
Frederico Loureiro em momento voltado ao Licenciamento Ambiental
A coordenadora Josiane Soares em momento voltado ao nivelamento das equipes
Na avaliação de uma das organizadoras, a técnica Thainara Riberio, a oficina proporcionou à equipe técnica elementos conceituais e metodológicos para aprimorar sua intervenção nas comunidades abrangidas pelo PEAC. Ela destacou a importância da realização do debate sobre metas e indicadores na construção do planejamento estratégico das equipes. “Como o processo de capacitação é contínuo e necessário, saímos desta oficina com bons resultados, mas já com a indicação de outras demandas formativas”, avaliou.
Dinâmicas
Diferentemente das demais edições, neste ano os integrantes dos projetos de mitigação puderam participar efetivamente da organização da oficina. Divididos em “brigadas”, os grupos se organizaram para – seguindo uma proposta de caráter formativo – cuidar coletivamente de todos os aspectos relacionados com a realização da oficina, tais como ornamentação; organização da plenária; limpeza dos banheiros; disciplina e animação; coordenação das mesas e relatoria e do resumo do dia através da apresentação de um jornal.
O coordenador pedagógico Daniel Nakabayashi explicando a metodologia colaborativa
Na avaliação da técnica Tamires Almeida, a metodologia possibilitou uma nova e estimulante forma de participação do grupo. “Dispor os participantes em ´brigadas´ possibilitou que todos os envolvidos pudessem contribuir com a construção do espaço de aprendizagem. Além disso, houve interessante avanço no entrosamento das equipes, principalmente com os novos membros, permitindo, também, maior discussão sobre as temáticas trabalhadas”, ressaltou a assistente social.
Novos membros e participação
A oficina de formação e capacitação também foi a primeira atividade efetiva de 12 novos membros do PEAC. Entre técnicos e bolsistas, a atividade realizada na comunidade serviu para ambientar os recém-chegados sobre o campo de trabalho, as temáticas desenvolvidas no programa, além de socializa-los com os veteranos.
1. Projeto Observatório Social dos Royalties; 2. Fortalecimento da Organização de Base das Marisqueiras; 3. Projeto de Compensação; 4. Assessoramento ao Conselho Gestor do PEAC; e 5. Projeto de Pesquisa: Políticas Públicas de Trabalho para Pescadores e Pescadoras Artesanais e Pequenos Produtores Rurais no Brasil
Equipes de atividades transversais. 1. Coordenação e Logística; 2. Equipe de Comunicação; e 3. Coordenação Pedagógica
O Programa de Educação Ambiental com Comunidades Costeiras (PEAC) incentiva o fortalecimento dos Territórios de vida dos Povos e Comunidades Tradicionais. A realização do PEAC é uma exigência do licenciamento ambiental federal, conduzido pelo Ibama.