Devolutiva de dados de pesquisa sobre vulnerabilidade da atividade das marisqueiras é realizada na comunidade de Areia Branca

• Por PEAC
• 19-09-2014

Com o objetivo de devolver às comunidades participantes os dados levantados na pesquisa denominada Diagnóstico de Vulnerabilidade de Grupos de Marisqueiras, foi realizada, no dia 3 de setembro, uma reunião com as marisqueiras da comunidade de Areia Branca, em Aracaju. A atividade contou com a participação de 38 mulheres e buscou despertar a reflexão quanto aos problemas levantados na pesquisa, a exemplo das características específicas da mariscagem, desigualdade de gênero e aspectos organizativos da atividade.

Bar de Baiúca em Areia Branca (Aracaju)

Para contextualizar melhor a discussão, foi exibido inicialmente documentário sobre as marisqueiras da área de abrangência do PEAC, que retrata a vida das mulheres no ambiente do manguezal, o processo de beneficiamento, suas dificuldades, sonhos e expectativas. O momento foi seguido pela apresentação dos dados da pesquisa com foco na realidade das marisqueiras de Areia Branca.

Na devolutiva foi apresentado o documentário sobre as Marisqueiras da área de abrangência do PEAC

Dentre os resultados apresentados, destaque para a intensa jornada de trabalho, que inclui, além das atividades de captura e beneficiamento do marisco, tarefas domésticas e, por vezes, o trabalho de diarista. Outro ponto destacado foi a dificuldade das mais de 200 marisqueiras da comunidade no que se refere a uma entidade que as represente para reivindicar as demandas específicas da categoria, já que a Colônia de Pescadores, à qual são vinculadas,  não vem cumprindo tal papel.

Momento foi conduzido pelas técnicas da UFS

Durante a reunião ainda foram discutidas alternativas para melhoria da renda mensal, apontada, segundo o estudo, como umas das mais baixas em comparação com as outras 11 comunidades pesquisadas. Entre as possíveis alternativas, foram citados: o desenvolvimento de cultivo de ostra, a criação de uma cooperativa ou associação de catadoras, a atividade de artesanato ou curso de aprendizagem a ser escolhido.

Marisqueiras de Areia Branca participaram ativamente da devolutiva

De acordo com a marisqueira Maria José Moura, a comunidade precisa de ações como a realizada pela pesquisa. “A nossa comunidade vive da pesca, principalmente as marisqueiras. Mas somos esquecidos pela Colônia e por isso as mulheres precisam se unir e buscar benefícios que favoreçam a comunidade e as marisqueiras”, opinou.

Marisqueiras de Areia Branca anseiam por alternativas de renda

Para uma das componentes da equipe técnica responsável pela pesquisa, Sheyla Zacarias, o público que compareceu a atividade foi significativo. Segundo ela, foi possível realizar mais um passo do Diagnóstico, que é validar os resultados com as marisqueiras. “Outra importância que devemos destacar foi que as mulheres, nesse momento, puderam se enxergar dentro da própria pesquisa”, avaliou.

Para a Técnica Sheyla Zacarias o objetivo da devolutiva foi atingido

A devolutiva dos dados ocorrerá em todas as 12 comunidades pesquisadas, sendo as próximas previstas para as comunidades de Pontal (Indiaroba) e Mosqueiro (Aracaju).