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Conselheiros titulares e suplentes do PEAC tiveram suas atenções voltadas, nos dias 18 e 19 de outubro, para o curso de formação que abordou a conformação econômica da sociedade capitalista. Realizado em Aracaju, o curso foi conduzido por Vivian Ferreira Franco, monitora do Núcleo de Educação Popular 13 de Maio, localizado em São Paulo.
Vivian Franco em momento de discussão sobre a forma de organização do território
Numa das primeiras atividades, a monitora utilizou o desenho do mapa do Brasil para provocar os conselheiros sobre a forma de organização do território no país. A atividade permitiu a discussão sobre o desequilíbrio social existente, suscitando um questionamento mais propriamente econômico do encontro: como o rico fica rico? A pergunta foi utilizada como ponte para explicar o conceito de trabalho, a relação entre trabalho e formação de riqueza, além da relação entre patrões e empregados.
Conselheiros participaram ativamente do curso
Vivian Franco destacou o nível de participação dos conselheiros como o ponto de destaque da formação. Segundo ela, mesmo se tratando de uma teoria complexa, os presentes tiveram uma compreensão de como funciona a sociedade e se reproduz o dinheiro, na perspectiva em que o tema foi abordado. “A avaliação é muito positiva com relação ao envolvimento dos conselheiros com o curso e entre eles”, disse a monitora.
Oficina
A oficina realizada no segundo dia de atividades buscou exercitar, na prática, um processo de produção de mercadoria, tendo como base uma situação numa cooperativa de confecção de camisas. Os participantes estipularam salário, jornada de trabalho, meta de produção por pessoa e benefícios, sendo depois convidados a simular a produção diária. O volume total de camisas foi recolhido, todos receberam o salário, foram pagos todos os custos de produção e ainda restou um valor, denominado de mais-valia ou mais-valor. É no processo de produção que é gerada a riqueza.
Oficina ajudou a compreensão de forma prática sobre como se gera o lucro
Os conselheiros simularam a produção diária para uma cooperativa
A situação despertou reações críticas naqueles que a vivenciaram. A conselheira de Estância Maria José Alves dos Santos foi uma delas: “quanto dinheiro sobrou naquela sacola. É isso que acontece em nossos povoados. Perdemos muito. Como é que vendemos o nosso pescado a R$2 e mais na frente o atravessador vende a R$15”, disse, elogiando o quanto o curso foi proveitoso para essa compreensão.
A dinâmica levou ao entendimento dos presentes como é possível obter lucro
Para o jovem conselheiro de Jandaíra, Érick Leonardo dos Santos, o curso foi esclarecedor. “A forma como as coisas foram apresentadas mudou o meu pensamento. Acreditava que o rico ficava mais rico porque ele comprava de um valor e revendia de outro, mas de forma legal ele pode ficar cada vez mais rico utilizando o nosso trabalho”.
As atividades em grupo permitiram a participação e um melhor entendimento do conteúdo
De acordo com a coordenadora pedagógica dos projetos desenvolvidos no PEAC pela Universidade Federal de Sergipe, Thainara Guimarães, o curso optou por uma metodologia que viabilizasse uma compreensão mais ampla de como funcionam as relações de produção. “Mesmo ciente de que se trata de uma temática complexa, é de suma importância que os conselheiros compreendam a formação das classes sociais, o sistema de produção capitalista, a relação capital e trabalho, além do papel e organização da classe trabalhadora. Elementos que foram trabalhados através de uma metodologia de educação popular”, informou Thainara.
Conselheiros apresentando os resultados de sua discussões
O Programa de Educação Ambiental com Comunidades Costeiras (PEAC) incentiva o fortalecimento dos Territórios de vida dos Povos e Comunidades Tradicionais. A realização do PEAC é uma exigência do licenciamento ambiental federal, conduzido pelo Ibama.