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Marisqueiras de Aracaju e Barra dos Coqueiros participam de devolutiva ampliada com a presença de órgãos ambientais

  • 04-11-2014

Marisqueiras das comunidades de Areia Branca, Mosqueiro e Bairro Industrial, localizadas em Aracaju, e do município de Barra dos Coqueiros estiveram reunidas na tarde do dia 24 de outubro, no auditório da Associação dos Docentes da Universidade Federal de Sergipe – ADUFS, para a devolutiva ampliada dos dados da pesquisa intitulada Diagnóstico de Vulnerabilidade de Grupos de Marisqueiras, realizada pelo PEAC.

Marisqueiras das comunidades de Areia Branca, Mosqueiro e Bairro Industrial, localizadas em Aracaju, e do município de Barra dos Coqueiros

Marisqueiras das comunidades de Areia Branca, Mosqueiro e Bairro Industrial, localizadas em Aracaju, e do município de Barra dos Coqueiros

Juntamente com representantes da Petrobras, UFS e conselho gestor do PEAC, além de representantes da comissão do II Encontro Inter-Regional das Marisqueiras, elas contaram com a presença do IBAMA e da ADEMA – órgãos ambientais federal e de Sergipe, respectivamente – para compartilhar e discutir os resultados da pesquisa realizada com a categoria, que fez a caracterização da atividade e observou as diversas interferências sobre o trabalho dessas pescadoras.

Equipe Técnica no repasse dos dados da pesquisa

Entre os maiores impactos à atividade de mariscagem, a carcinicultura foi apontada como um dos mais críticos, já que pode interferir no acesso às áreas de pesca, provocar poluição de manguezais e rios, além de gerar sobrepesca. Em resposta, os representantes do IBAMA e da ADEMA informaram que, em cumprimento a uma determinação do Ministério Público Federal, ambos estão realizando um mapeamento dos viveiros de carcinicultura existentes em Sergipe, com a expectativa de que se possa regularizar ou encerrar as atividades após análise caso a caso. Ainda de acordo com aqueles órgãos, a ação deverá proporcionar a abertura de novas áreas de mangue através do fechamento dos viveiros irregulares.

O representante do IBAMA, Marcelo Brandão,  e a gerente de Avaliação de Estudos Ambientais da ADEMA, Rogéria Elma de Santana Araújo

O representante do IBAMA, Marcelo Brandão, e a gerente de Avaliação de Estudos Ambientais da ADEMA, Rogéria Elma de Santana Araújo

O representante do IBAMA, Marcelo Brandão, considerou o encontro um momento muito importante pelo esclarecimento quanto aos papéis das instituições. “Foi um debate muito proveitoso, com a presença dos órgãos ambientais mais próximos dos problemas apontados, como é o caso das prefeituras e do governo estadual, através da sua secretaria de meio ambiente”, disse.

Mesa formada por representantes do IBAMA, Petrobras e ADEMA

Mesa formada por representantes do IBAMA, Petrobras e ADEMA

Na visão das marisqueiras, foi uma boa oportunidade para buscar esclarecimentos quanto à intervenção dos órgãos nas situações apontadas na pesquisa. “Hoje tivemos acesso aos representantes do IBAMA e passamos as problemáticas que estão acontecendo em nossas comunidades. Esperamos retorno das denúncias que foram encaminhadas no dia de hoje”, enfatizou Ana Elísia, moradora da comunidade de Terra Caída (Indiaroba) e membro da comissão organizadora do II Encontro Inter-Regional das Marisqueiras. A marisqueira Nadja dos Santos, de Aracaju, também avaliou positivamente o encontro. “Aprendemos aqui informações que não chegaram até nós e que são importantes para a nossa atividade”.

Marisqueira de Areia Branca (Aracaju) em questionamento aos órgãos ambientais

Marisqueira de Areia Branca (Aracaju) em questionamento aos órgãos ambientais

Para a gerente de Avaliação de Estudos Ambientais da ADEMA, Rogéria Elma de Santana Araújo, a tarde foi de esclarecimento para ambos os lados. “Ficamos sabendo hoje como se desenvolve a atividade das marisqueiras e os conflitos existentes que impedem o desenvolvimento da atividade”.

Técnica Sheila Zacarias em momento destinado aos esclarecimentos dos dados da pesquisa

Técnica Sheila Zacarias em momento destinado aos esclarecimentos dos dados da pesquisa

Na opinião da técnica do UFS envolvida com o projeto de Fortalecimento de Base das Marisqueiras, Ticiane Pereira dos Santos, o evento conseguiu romper dificuldades relacionadas à categoria. “O processo de mobilização foi muito bom entendendo as dificuldades da participação política das mulheres nos espaços organizativos, na comunidade. É sempre muito difícil articular o número de mulheres que tivemos hoje aqui, para uma discussão tão importante”.

A Técnica Ticiane Pereira considerou que a atividade cumpriu o objetivo de estreitar o diálogo entre as marisqueiras e as instituições

A Técnica Ticiane Pereira considerou que a atividade cumpriu o objetivo de estreitar o diálogo entre as marisqueiras e as instituições

Para ela, a apresentação dos dados da pesquisa precisava acontecer nas duas vias: a da participação popular e a da atuação do estado. “O espaço foi rico porque tivemos a troca, o diálogo. A expectativa é que o resultado dessa tarde ecoe nas comunidades e que as marisqueiras busquem uma postura diferente e que o estado se aproxime para dar conta das demandas”, avaliou.

 

 

Programa Peac

O Programa de Educação Ambiental com Comunidades Costeiras (PEAC) incentiva o fortalecimento dos Territórios de vida dos Povos e Comunidades Tradicionais. A realização do PEAC é uma exigência do licenciamento ambiental federal, conduzido pelo Ibama.