Carregando...
Marisqueiras que formam a Comissão Organizadora do II Encontro Inter-Regional estiveram reunidas no dia 17 de janeiro para a segunda reunião formativa. Com o objetivo de discutir a programação do encontro, participação política e gênero, as mulheres compartilharam experiências com as representantes do Movimento de Mulheres Camponesas, em atividade realizada na Universidade Federal de Sergipe – UFS.
As atividades tiveram início com a apresentação de teatro de fantoche que falou sobre organização social e estratégias para fortalecimento do movimento social
A reunião teve início com a discussão sobre as estratégias de fortalecimento de um movimento social e suas bandeiras de luta. Foram citados exemplos como o do Movimento de Pescadores e Pescadoras Artesanais – MPP, que busca o reconhecimento de terras habitadas por meio de algumas estratégias que englobam a Campanha Nacional pela Regularização do Território das Comunidades Tradicionais Pesqueiras.
As marisqueiras assistiram algumas das ações relacionados a Campanha Nacional pela Regularização do Território das Comunidades Tradicionais Pesqueiras por meio de vídeos
A seguir, a camponesa Sônia Malaquias dividiu com as marisqueiras a vivência na militância feminina na defesa do Rio São Francisco e contra a violência à mulher. Entre outros assuntos, ela abordou as conquistas alcançadas, as dificuldades e as articulações com outros movimentos sociais. “É uma grande satisfação saber que as marisqueiras estão na luta pelo reconhecimento da sociedade. É um trabalho árduo, principalmente pelo esforço de deixar as suas casas”, opinou.
A representante do Movimento de Mulheres Camponesas , Sônia Malaquias, esteve presente durante toda a reunião e falou as marisqueiras sobre sua experiência no movimento social
Na visão da técnica do PEAC Ticiane Pereira, o processo de formação política das marisqueiras busca desafiar uma tendência histórica. Para ela, as mulheres foram educadas para não participar dos movimentos e de decisões políticas. “É sempre desafiador construir esses espaços de discussão, porque sabemos que essa cultura de não participação das mulheres é extremamente forte”, declara.
(Esq. p/ direita) As bolsistas Regivânia Sá e Jane Mara na última atividade formativa do Projeto de Intervenção. As técnicas Sheyla Zacarias e Ticiane Pereira na condução das atividades.
Ainda segundo Ticiane, a participação do movimento Mulheres Camponesas deu um ânimo novo para o grupo, que ainda está se constituindo. “Nós entendemos esses espaços como algo que pode ser uma luz no fim do túnel para quebrar essa cultura de não acreditar no potencial que as mulheres têm de se organizar”.
Marisqueiras falaram sobre a atividade de articulação desenvolvida nas comunidades em que residem em prol do fortalecimento do movimento
As atividades foram finalizadas com a apresentação de uma proposta de programação para o II Encontro Inter-Regional, programado para o mês de outubro. A proposta será discutida na terceira reunião formativa, a ocorrer na comunidade de Muculanduba (Estância) no mês de abril. As marisqueiras também foram convidadas a se articular e participar dos atos alusivos ao dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher, e representar a categoria.
Marisqueiras participaram ativamente da II Reunião Formativa da Comissão Organizadora do II Encontro Inter-Regional
Projeto de Fortalecimento da Organização de Base das Marisqueiras
Como desdobramento do I Encontro Inter-Regional de Marisqueiras, realizado em 2013, as marisqueiras identificaram a necessidade de maior articulação política para constituir um movimento próprio. Desde então, uma comissão foi formada por representantes das 15 comunidades costeiras atendidas pelo projeto do PEAC Fortalecimento da Organização de Base das Marisqueiras. As representantes do Movimento de Mulheres Camponesas atenderam ao convite para participar da reunião formativa e compartilhar experiências.
O Programa de Educação Ambiental com Comunidades Costeiras (PEAC) incentiva o fortalecimento dos Territórios de vida dos Povos e Comunidades Tradicionais. A realização do PEAC é uma exigência do licenciamento ambiental federal, conduzido pelo Ibama.