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Devolutiva da pesquisa realizada com marisqueiras é realizada em comunidade de Santa Luzia do Itanhi

  • 20-05-2015

As marisqueiras que residem em Rua da Palha, comunidade localizada no município de Santa Luzia do Itanhi, estiveram reunidas no dia 12 de maio para conhecer os resultados da pesquisa denominada Diagnóstico de Vulnerabilidade de Grupos de Marisqueiras, realizada ao longo do ano de 2013. Ao todo, 11 mulheres discutiram e validaram as informações, juntamente com a equipe técnica projeto do Fortalecimento da Organização de Base das Marisqueiras, desenvolvido dentro do PEAC.

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Marisqueiras da Rua da Pallha em reunião devolutiva com equipe técnica do PEAC

A segunda devolutiva realizada em 2015 dá continuidade ao processo iniciado no ano passado e que está previsto para ser concluído até julho do corrente ano. O objetivo das devolutivas é apresentar e validar os dados referentes às condições e relações de trabalho, organização política, interação com o ecossistema estuarino e manguezais, questões relacionadas a gênero e às interferências da cadeia produtiva do petróleo na atividade.

Apresentação do documentário “Marisqueiras de Sergipe”, em Rua da Pallha

Apresentação do documentário “Marisqueiras de Sergipe”, em Rua da Pallha

Após assistirem ao documentário “Marisqueiras de Sergipe”, que trata do cotidiano e das diversas formas de trabalho dessas mulheres, as trabalhadoras foram organizadas em grupos para discutir sobre as relações entre o trabalho da mariscagem, problemas ambientais e participação política. A maior parte dos dados da pesquisa foi confirmada, entre eles a jornada média de trabalho diário, que varia de 13 a 16 horas, e a renda mensal de 320 a 400 reais.

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Marisqueiras da Rua da Palha discutem, em grupos, temas importantes para a categoria

Um dos principais problemas apontados por elas como decorrência dessa realidade é a dificuldade de conciliar o trabalho no mangue com as atividades domésticas. Outros pontos discutidos na reunião foram a participação no movimento estadual de marisqueiras, a luta em defesa do território pesqueiro através da Campanha Nacional pela Regularização do Território das Comunidades Tradicionais Pesqueiras e o Encontro Inter-Regional das Marisqueiras, a ocorrer em outubro deste ano.

Na visão da marisqueira Valdirene Santos, a reunião trouxe informações relevantes. “Achei a reunião muito interessante porque falta para nós mais informações que nos ajudem a conhecer qual caminho seguir para superar tanta dificuldade”, disse ela.

Para Sheyla Zacarias, técnica do projeto, a pesquisa tem auxiliado essas mulheres a perceber suas condições de trabalho e sua participação política. “Estamos retomando o processo de devolutivas e observamos que, em Rua da Palha, as mulheres também têm se envolvido no processo de discussão dos dados. Elas confirmaram os resultados da pesquisa e não houve nenhum desacordo em relação ao que foi levantado”, relatou.

A técnica do PEAC Sheyla Zacarias discute com marisqueiras resultados da pesquisa de vulnerabilidades

A técnica do PEAC Sheyla Zacarias discute com marisqueiras resultados da pesquisa de vulnerabilidades

Das 12 comunidades pesquisadas, nove já tiveram as devolutivas realizadas e validadas. No mês de julho, ocorrerão reuniões devolutivas nas comunidades restantes, Carapitanga (Brejo Grande), Terra Caída e Pontal (Indiaroba).

Programa Peac

O Programa de Educação Ambiental com Comunidades Costeiras (PEAC) incentiva o fortalecimento dos Territórios de vida dos Povos e Comunidades Tradicionais. A realização do PEAC é uma exigência do licenciamento ambiental federal, conduzido pelo Ibama.